O conceito de demência

Numa sociedade em que a pirâmide etária se inverteu e se regista um aumento progressivo da população idosa, é relevante a sensibilização para o processo de envelhecimento, tudo o que dele advém ou com ele coexiste.

O decorrer deste processo, implica, sem excepção, o declínio de diversas funções biológicas e/ou psicológicas do indivíduo. Entre elas, a aptidão cognitiva que tem o papel de fio condutor que articula, no espaço e no tempo, viveres, dizeres e sentires do próprio – a memória. 

Muito associada, na sua essência, ao decréscimo da capacidade mnésica está a demência. Derivado do latim (de = fora, sem; mentis = mente, razão – fora da razão ou perda da mente), o conceito de demência refere-se a um “síndrome de deterioração global e adquirida da inteligência, memória e personalidade, mas sem prejuízo da consciência” (Lishman, 1998).

Tendo por base a premissa da neuroplasticidade (resposta do cérebro para se adaptar a novas situações para restabelecer o equilíbro alterado) e da sua capacidade regenerativa, crê-se que a intervenção não farmacológica sob a forma de estimulação cognitiva é realmente benéfica no retardar da progressão das síndromes demenciais.

Meios complementares aos tratamentos farmacológicos, as actividades/tarefas de estimulação cognitiva potenciam e desenvolvem capacidades cognitivas, emocionais, relacionais e físicas preservadas, com o primordial objectivo da sua manutenção.